Bailarina - Fotos

O que de início parece engraçado
- Afinal de contas, o que é que um bebê vai entender no Teatro? -
Revela-se, de repente, uma surpresa:
Já não fazia tempo que havíamos chegado ao consenso
De que a Arte não tem que ser entendida?

BAILARINA é o primeiro espetáculo para bebês do Grupo Sobrevento. Destinado a crianças de seis meses a 3 anos de idade, trata-se de um espetáculo amadurecido ao longo de cinco anos de discussões e muito trabalho para estabelecer e desenvolver o Teatro para Bebês no Brasil. O Sobrevento tem como parceira a experiente Cia. La Casa Incierta, da Espanha, especializada no Teatro para o público desta faixa etária, e mantém um outro espetáculo para bebês - Meu Jardim - em seu repertório.

O espetáculo tomou como tema o sentido do equilíbrio, entendendo que a busca do equilíbrio físico e emocional poderia não ser uma libertação, mas um aprisionamento, que pode nos levar a abstrair o mundo, fazendo com que nos foquemos demais, com que nos fechemos, que não olhemos ampla e verdadeiramente para aquilo que nos cerca. Assim foi criado o espetáculo BAILARINA que cruzou o tema trabalhado com o Teatro de Objetos, através da utilização central de uma caixa de música e de colares, que foram adquirindo diferentes funções poéticas na encenação.

BAILARINA resultou um espetáculo muito íntimo e delicado, com a comunicação com o público dando-se pelo uso de silêncios, ações físicas, utilização de objetos, valorização das mínimas ações, que, na relação com a primeira infância, tomaram uma dimensão muito maior. Criado a partir de um texto inédito escrito pelo próprio GRUPO SOBREVENTO, a partir da investigação do tema, o espetáculo terminou por estabelecer uma relação próxima, de aparente fragilidade e extremamente poética e simbólica com o público.

A iluminação ficou a cargo do premiado iluminador Renato Machado, que veio do Rio de Janeiro em duas ocasiões, especialmente para a criação e montagem da luz. Esta valeu-se de um refletor especial, que cria um efeito de água, além de um globo espelhado e iluminação nas cores branca e vermelha. A direção musical foi de Luiz André Cherubini, diretor do espetáculo, e a cenografia, também de sua autoria, remete a uma caixa de música, elemento central do próprio espetáculo. O figurino associa a roupa de uma bailarina a uma elegante roupa de festa, caracterizando a situação (uma mulher que abre um presente dado por sua filha) à figura de uma bailarina de caixa de música. A preparação corporal e coreografia de Juliana Pardo definiram os movimentos de dança utilizados no espetáculo.

BAILARINA apresentou-se em São Paulo, Juazeiro do Norte, Crato, São Bernardo do Campo e integrou o Festival Rompiendo de Teatro para a Primeria Infância Rompiendo el Cascarón, cumprindo temporada de duas semanas no Tetaro Fernàn Gomez, em Madri, Espanha.